terça-feira, 19 de abril de 2011

LEITURAS COMPLEMENTARES

Síntese do Livro
CURRICULOS E PROGRAMAS NO BRASIL
1. Perspectivas derivadas dos estudos sobre transferência educacional
(Movimento de idéias, de modelos institucionais e de práticas de um país para outro).
Dois enfoques:
    • Imperialismo Cultural
    • Neocolonialismo
Imperialismo Cultural:
  • Resposta à interpretação liberal do papel da Educação Escolar. Não é a escola que aloca os indivíduos em determinados papéis sociais e sim a origem de classe do indivíduo (sociedade capitalista: posição social). Sendo assim a escola age como instrumento de controle social, ajudando a manter a ordem social.
  • O sistema é basicamente justo e os papéis nos quais os alunos serão alocados lhes são adequados.
  • A escola não determina a transferência da ordem social, mas necessariamente reproduzem o status quo, atendendo às necessidades do sistema econômico.
  • O imperialismo coloniza todos, menos os que tomam as decisões no centro da metrópole.
  • Povo receptor: visão passiva.
O processo de transferência educacional visa submeter os povos colonizados aos interesses dos colonizadores.
Os valores e normas passam a ser derivado da metrópole, não da experiência local.
Neocolonialismo:
  • Reconhecem que a educação colonial nem sempre alienou o colonizado de sua cultura.
  • Baseia-se nas desigualdades essenciais entre nações.
  • Nação periférica não é obrigada a aceitar ajuda, mas a vê como benéfica.
  • Modificam e adaptam os programas de assistência técnica.
Hoje estudos vão além dos dois enfoques
Os dois enfoques não levam em conta nas interpretações à mediação dos contextos culturais e periféricos, sociais e institucionais dos países centrais e periféricos e por não avaliar devidamente a importância das resistências, adaptações, rejeições e substituições que ocorrem durante o processo.

2. Perspectivas derivadas das análises do campo curricular nos Estados  Unidos e  no Brasil
  • Domingues: Análise dos paradigmas curriculares nos Estados Unidos e no Brasil (compreender o campo brasileiro à luz do americano).
  • Anos 70 (caráter ideológico em harmonia com os princípios de o governo militar).
  • Falta de análise de modelo mais adequada para o contexto brasileiro.
  • Os paradigmas determinam um esquema de desenvolvimento para a ciência madura, que não se assemelha ao esquema usual noutros domínios.
  • Entendermos o desenvolvimento do campo curricular no Brasil em função das características sócio-econômicas e políticas do nosso país. Analisar suas origens, examinarmos o discurso americano em relação ao desenvolvimento do campo no Brasil.
3. Perspectivas derivadas de estudos sócio-históricos da teoria do currículo nos Estados Unidos.
Fins sociais e políticos que orientam teorias curriculares.
Utiliza categoria de controle social e interesse (adaptar os indivíduos à ordem industrial).
Duas são as concepções de controle social:

a) Explícito ou direto: Modos artificiais e diretos que atuam externamente ao indivíduo, a intenção é através da coerção, alcançar-se homogeneidade de comportamento.
b) Implícito ou indireto: Modos indireto e interno de controle que operam no interior do indivíduo através de processos-pedagógicos.

4. Perspectivas derivadas de estudos sócio-históricos das disciplinas escolares.
  • Avaliar contribuições que análises sociológicas das disciplinas escolares podem oferecer ao estudo de currículo e programas no Brasil.
  • Explicar por que certo conhecimento é ensinado nas escolas em determinado momento e local e porque ele é conservado, excluído ou alterado.
  • Disciplinas: corpos dinâmicos do conhecimento (elaborado por especialistas).
5. Proposta de um enfoque triangular alternativo.
Três pontos básicos serão problematizados:
      a. O que foi transferido no contexto original.
      b. A realidade sócio-econômica brasileira e sua relação com forças institucionais.
      c. Os contextos institucionais e ideativos.

A tradição curricular americana contaminada pela maneira como nossos educadores lidam com as questões curriculares, filtrada diferentes tradições históricas, culturais, políticas e sociais brasileiras e finalmente adulterada ao ser transmitida e utilizada pelos professores e especialistas.
Estudos da história do pensamento curricular americano e brasileiro nos dão diversas contribuições, permitindo entender como os conteúdos ideativos e ideológicos da tradição americana foram transformados no Brasil.

A tradição Curricular Americana Transferida para o Brasil

1. Currículo e interesses: a Classificação de Macdonald
  • Inclui diversas tendências e correntes do pensamento curricular (mesma teoria baseada em diferentes interesses)
Justificativa
a)  O conhecimento curricular é o conhecimento humano;
b)  O objetivo do conhecimento curricular é o conhecimento escolar-sua seleção, organização e transmissão.
Os três interesses básicos: controle técnico/ interesse em compreensão (prático)/ interesse em emancipação (crítico) são considerados como fontes das diferenças da teoria/ prática.
  • Transmissão Curricular visa um interesse de controle.
  • Com relação a organização curricular por disciplinas Mac, associa o interesse em controle ao currículo por disciplinas (Modelos de Bloom e Brunner).
  • Currículos centrados em problemas sociais são vistos como refletindo um interesse em compreensão.
  • Currículos centrados na criança ou em pessoa são relacionados a interesses emancipatórios.
  • Surgindo as diferenças em valores, levam as diferentes modelos de desenvolvimento curricular.
a) Modelo técnico-linear: especialista domina o processo com a intenção de garantir o controle e maximizar o rendimento.
b) O modelo circular-consensual: é associado com movimentos comunitários de base.

O pessoal das escolas é envolvido no processo e a participação do especialista ocorre quando necessária ou desejada
c) O modelo-dialógico: caracterizado pelo envolvimento de estudantes no processo de desenvolvimento curricular, requer diálogo entre professores e alunos (propõe Paulo Freire).

Emancipação individual ao invés de realçar a necessidade de melhoria de igualdade social.
O campo do currículo no Brasil no início fica restrito ao modelo técnico-linear.
Influencia de Dewey no campo curricular e nas idéias escolanovistas.
      O Campo do Currículo no Brasil – Origens e Desenvolvimento Inicial
                     1- Suas origens nos anos vinte e trinta
                     2- Sua introdução na universidade brasileira e seu desenvolvimento
Anos 1920 e 1930: Importantes transformações econômicas, sociais, culturais, políticas e ideológicas.
  • Literatura refletia idéias propostas pelos americanos, associados aos autores europeus.
  • Escola Nova – superar limitações da tradição pedagógica jesuítica e da tradição enciclopédica (influência da França).
  • Reformas educacionais promovidas pelo INEP (Instituto Nacional de estudos e Pesquisas Educacionais) e pelo PABAEE (Programa de Assistência Brasileira-Americana à Educação Elementar). Idéias progressistas X Idéias tecnicista.
  • Preocupação com aspectos técnicos e questões sociais (os pioneiros não formavam grupos homogêneos).
Anos de 1964: Golpe militar - todo panorama político, econômico, ideológico e educacional sofre transformações.
  • Diversos acordos com EUA visando modernização e racionalização.
  • Espalharam-se discussão sobre currículo e a disciplina Currículos e Programas foram introduzidos nos cursos superiores.
  • Tendência tecnicista passou prevalecer (preocupação: eficiência do processo pedagógico)- treinamento do capital humano do país.
As Origens do Campo do Currículo no Brasil
Na década de 20: Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal – 1º esforço de sistematização do processo curricular.

1- A Contribuição dos Pioneiros para a Emergência do Campo do Currículo no Brasil
Pioneiros organizaram reforma do sistema educacional – não havia ainda sistematização da questão curricular.
Tendências curriculares no Brasil:
   a). Ênfase nas disciplinas literárias e acadêmicas;
   b). Enciclopedismo;
   c). Divisão entre trabalho manual e intelectual.

Após 1ª Guerra: Caráter elitista do ensino e currículo e questionamento (indústria é organizada: mudando relação com países industrializados).
  • Necessidade de alfabetizar trabalhadores (começam então exigir expansão do Sistema educacional).
Alfabetização implica mudança do poder político.
(Idéias liberais/ anarquistas/ ideologia nacionalista/ associações católicas/ tenentismo/ modernismo/ etc...).
Período caracterizado por tentativas de mudança da estrutura de poder, redefinição das funções do Estado, novos rumos no processo de industrialização e reorganização da educação.
  • Aumenta influência do EUA.
  • Reformas educacionais promovidas em alguns estados:
    • Antônio Sampaio Dória (1920) – Tentou erradicar analfabetismo em São Paulo (obrigatório 2 anos de escolarização). Ênfase na expansão quantitativa da rede de ensino primário.
    • Novas perspectivas em relação ao currículo na Bahia (promovida por Anísio Teixeira).
  • Disciplinas escolares consideradas instrumentos para alcançar determinados fins (capacitar indivíduo para viver em sociedade – não só crescimento intelectual, mas social, moral, emocional e físico).
  • Considerar as necessidades e estágios de desenvolvimento.
  • Currículo centrado em disciplinas de acordo a realidade e possibilidade do estado (carente de professores)
  • Atender as necessidades sociais (currículo intermediário entre escola e sociedade).
    • Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas Gerais: pensamento Escola Nova sistematizado.
  • Definiu o papel da escola elementar (cada escola transforma em mini sociedade).
  • Crianças não são adultos em miniaturas.
  • Progressivismo: realce nos trabalhos de grupos, processo ativo de ensino em aprendizagem, ambientes instrucionais democráticos, cooperação entre professor/aluno, conexão entre conteúdo do currículo e a vida real.
  • Currículos e Programas foram introduzidos como instrumentos para desenvolver na criança habilidades de observar, pensar, julgar, criar, decidir e agir.
  • Ênfase na qualidade.
  • Método de “centro de interesses”.
  • Atividades tais como: visitas, excursões, organizações de museus e clubes escolares, bibliotecas...
  • Programas organizados Inspetoria Geral de Instrução.
    • Reforma do Distrito Federal: foi a mais revolucionária e sofisticada feita por Fernando Azevedo.
  • Organizar sistema escolar de acordo com os princípios filosóficos coerentes.
  • Enfatizou tarefas sociais do sistema escolar.
As reformas elaboradas pelos pioneiros representaram rompimento com a escola tradicional. Apesar da preocupação com a reconstrução social, a maior contribuição das reformas acabou por limitar-se a novos métodos e técnicas (necessidade de ordem industrial emergente).

2 – O Desenvolvimento do Campo do Currículo no INEP
  • Conflitos sociais e políticos no Brasil levam a revolução de 30 – Getúlio no poder por 15 anos. Buscou-se refletir em diferentes condições históricas a experiência de industrialização dos paises desenvolvidos.
  • Criou-se um estado populista.
  • Indústrias recebem todo apoio (desenvolvimento econômico e autonomia).
  • 1937: período autoritário: Estado Novo (debate sobre a educação foi encerrado).
  • Na constituição: religiosos lutaram por uma educação subordinada a doutrina religiosa e os pioneiros a favor de uma escola universal, única, gratuita e obrigatória.
  • Houve equilíbrio dos dois grupos
  • Estado Novo: ênfase no ensino profissionalizante e postura conservadora, currículos enciclopédicos. Especialistas educacionais introduzidos nas escolas.
  • No ano de 1938 foi criado o INEP:
    a.
    Organização de documentos pedagógicos;
    b. Promoção de inquéritos e pesquisas educacionais;
    c. Intercambio com instituições educacionais nacionais e internacionais;
    d. Promoção de investigações no terreno da psicologia educacional e da orientação profissional;
    e. Assistência aos serviços estaduais, municipais e particulares de educação;
    f. Difusão do conhecimento pedagógico;
    g. Cooperação com Departamento Administrativo do Serviço Publico – DASP.
  • Em 1952, Anísio Teixeira nomeado diretor do INEP:
                 - Primeiro livro texto sobre currículo.
                 - Cursos sobre currículo em vários locais do país.
  • Cursos de planejamento curricular e cursos de especialistas são oferecidos.
  • Teoria curricular representa as idéias progressistas (ênfase no desenvolvimento individual com bem estar coletivo).
  • O enfoque curricular do INEP enfatiza que a escola primária deve ajudar a integrar o país na civilização ocidental do século 20.
  • Currículo centrado nas experiências da criança.
  • O resultado final é uma teoria curricular inconsciente (idéias das tendências tecnicistas e progressivistas são combinadas com elementos da tradição católica – estranho mosaico de princípios e técnicas).
3 – O Desenvolvimento do Campo do Currículo no PABAEE
  • 1951: Getúlio eleito pelo povo retorna ao poder até 1954.
  • 1956 Juscelino é eleito – ajuda americana abrange diversas áreas inclusive a educação.
  • Em 11 de abril de 1956 firmou-se o acordo entre Brasil e EUA (PABAEE):
         - Treinar supervisores do ensino profissionalizantes e professores das escolas normais.
         - Produzir, adaptar e distribuir materiais didáticos para os professores.
         - Selecionar professores competentes para enviá-los aos EUA para treinamentos.
         - Currículos organizados por áreas de estudos ao invés do currículo por disciplinas.
            Programas para cada uma das áreas nos quais obedecem a tradição seqüencial:
            objetivos, conteúdo, atividades e avaliação.
  • Aplicação do método científico às diversas esferas do processo do curricular.
  • A escola tem responsabilidade de integrar o aluno no seu meio físico e cultural, de ajudá-lo a assimilar nossa herança cultural.
  • Enfatiza interação entre individuo e sociedade.
  • Predominância de elementos tecnicistas e progressivistas, controle técnico até na elaboração dos currículos.
Conclusões:
  • Origens do pensamento curricular brasileiro: nos anos 20 e 30 reformas organizadas pelos pioneiros – ideário escolanovista.
  • Tradição clássica e do tecnicismo constituem bases teóricas para os primeiros cursos em currículo.
  • Currículo que contribuísse para a coesão social, que formasse cidadão em mudança e que atendesse as necessidades da ordem industrial emergente.
  • Introdução de Currículos e Programas nas universidades brasileiras (favorecido pela Li de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -  lei 4.024/1971):
    • Preocupação vaga com o ensino primário.
    • Flexibilidade para escolas secundárias, permitindo que se definissem parte de seus currículos.
    • Floresceram experiências pedagógica-administrativas.
DESENVOLVIMENTO DO CAMPO DO CURRICULO NO BRASIL NOS ANOS 60 E 70
  • 1962: Currículos e Programas introduzidos no curso de Pedagogia.
  • Nos anos 70 primeiros mestrados em Currículo.
  • Surgimento de teorias e práticas pedagógicas críticas.
  • Após o golpe de 64: transformações políticas, econômicas e ideológicas (tendência tecnicistas).
  • 1968: reforma universitária – reorganização do curso de pedagogia.
  • Predominância de idéias tecnicistas, porém idéias progressivistas também estiveram presentes.
Conclusões:
  • Muita produção industrial, pouco consumo: surgimento do modelo socialista.
  • Debates sobre questões educacionais: campanha de alfabetização de adultos, criação de centro de cultura popular e organização do movimento de educação de base.
  • Tendência pedagógica crítica (Paulo Freire) – questões educacionais mais voltadas para uma abordagem sociológica.
  • LDB.
  • 1970: influência tecnicista.
  • 1980: diminuição da influência americana, aumento da influência européia.
  • Nova LDB.
  • Preocupação com o primeiro grau (ensino de crianças das camadas mais carentes).
  • Fracasso do sistema educacional no Brasil.
  • 1985: Política educacional do governo Sarney era Educação para Todos. Compromisso com a democracia e a justiça social.
  • Debates, congressos, seminários ocorreram alargando cada vez mais a base institucional.
Livro: Currículos e Programas no Brasil
            Antonio Flávio B. Moreira
            Editora Papirus

domingo, 17 de abril de 2011

RESUMO 1

Sociedade, educação e currículo no Brasil dos jesuítas aos anos de 1980
 Por Solange Aparecida Zotti
INTRODUÇÃO

Currículos concebido como  simples elenco de disciplinas que comportam as grades curriculares ou planos de estudos dos diferentes cursos, até a definição de conteúdos para determinadas disciplinas,  abordando aspectos didáticos e metodológicos do currículo.

A teoria curricular pode ser analisada com base em dois grandes eixos: as concepções tradicionais ou conservadoras e as concepções críticas.

Concepções  que mostram posicionamentos filosóficos, isto é, a forma de cada educador ver e pensar o mundo, o homem, a sociedade, a educação, a escola, consciente ou inconscientemente, de forma intencional ou não-intencional.

O termo currículo foi usado pela primeira vez em 1963, em Oxford, para designar um plano estruturado de estudos.

No campo pedagógico, teve várias  definições ao longo do tempo.
-Tradicionalmente significou uma relação de matérias/disciplinas organizado numa seqüência lógica, , como um conjunto das matérias a serem ensinadas em cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma, que se questiona: que deve um currículo conter?: como organizar esses conteúdos?
- Mais tarde ,quando a escolarização se transforma  em atividade de massa, o conceito de currículo oficial , constitui se na prescrição  legal da organização das matérias /disciplinas a serem trabalhadas pela escola e demais orientações, tais como de conteúdos didáticos e avaliativos.
- Com as teorias progressivistas  o foco do currículo é deslocado do conteúdo para a forma, ou seja, a preocupação é centrada na organização das atividades, com base nas experiências, diferenças individuais e interesses da criança.se questionado ; como selecionar as experiências a serem oferecidas pela escola?: como organiza-las em função dos interesses e do desenvolvimento do estudante?”

Até então se privilegiava um planejamento rigoro­so. baseado em teorias cientificas do processo ensino-aprendizagem. ora numa visão psicologizante, ora numa visão empresarial.
No final da década de 1960 e na década de 1970,existe um rompimento com essas visões e inicia-se  nos Estados Unidos e na Inglater­ra, estudos no campo do currículo que inauguram a teoria crítica, ou seja, a negação das perspectivas behaviorista e empirista, rejeitan­do o caráter instrumental, apolítico e ateórico da teoria curricular

Os teóricos empenhados em denunciar o papel da escola e do currículo na reprodução da  estrutura social  e querendo construir uma escola e um currículo afinados com os interesses dos grupos oprimidos, surgem duas correntes :

-Sociologia do currículo com origem nos Estados Unidos(Michael Apple e Henry Giroux).
Analisa como a seleção, organização e distribuição do conhecimento não são ações neutras e desinteressadas, mas que atendem aos grupos que detém a poder econômico, que, por sua vez. viabilizam. pela imposição cultural formas de opressão e domina­ção dos grupos economicamente desfavorecidos.
-Nova Sociologia da Educação {NSE}.    origem na Inglaterra(Michael Young)- a NSE e a Sociologia do currículo procuraram mostrar como   o Currículo representado pelos conteúdos dos guias es­colares, dos programas de curso, do livro didático, das lições e ativi­dades desenvolvidas pelo professor em sala de aula. é perpassado por interesses de grupos, refletindo relações de poder na sociedade"

            A partir da década de 1990, a teoria curricular vem buscando com­preender como o conhecimento é produzido em ambientes institucionais, em práticas sociais, em (armações culturais e em contex­tos históricos específicos"

            Defendem os estudiosos que "o currículo constrói identidades e subjetividades, uma vez que junto com os conteúdos das discipli­nas escolares, se adquirem na escola percepções. disposições e va­lores que orientam comportamentos e estruturam as personalida­des"

O currículo vem sendo entendido como “artefato cultu­ral", à medida que traduz valores. pensamentos e perspectivas de uma determinada época ou sociedade.Assim os estudos sobre a cultura escolar, a cultura que a escola privilegia. as diferenças cul­turais dos grupos sociais e as relações entre esses elementos tem sido preocupações crescentes no campo curricular.

Segundo Sacristán, "o conceito de currículo é bastante ,elástico: poderia ser qualificado de im­preciso porque pode significar coisas distintas, segundo o enfoque que o desenvolva, mas a polissermia também indica:riqueza neste caso porque. estando em fase de elaboração conceitual oferece perspec­tivas diferentes sobre a realidade do ensino"  

Conhecer criticamente as propostas oficiais nos possibilita um papel mais ativo diante da relação currículo oficial/currículo real. pois só poderemos nos contrapor ao que é imposto se conhecermos o seu conteúdo, as razões das·esco­lhas feitas,as Implicações socioeconômicas e políticas presentes nas propostas.

o currículo oficial também é o orientador de outros·aspectos presentes no dia-a-dla da prática escolar. Além de orientar a organiza­ção das grades curriculares e dos planos de ensino de cada discipli­na, entra nas escolas através dós livros didáticos, que são instrumentos poderosos na legitimação dos currículos oficiais. Uma visão critica das diretrizes das políticas oficiais contribui para devida seleção e analise critica do livro didático.

Na análise do currículo oficial é preciso considerar as práticas políticas econômicas e,so­ciais. pois o currículo proposto é fruto das opções tomadas dentro dessas práticas.Isso é fundamental para que não sejamos meros consumidores de propostas ou normas, mas que possamos compreender os elementos determinantes das mesmas.

No primeiro capitulo.  enfoco a realidade socioeconômico-politica. a realidade educacional e as propostas curriculares oficiais. do período jesuítico (1a Fase - "tempos heróicos" -. com o Padre Manuel da N6brega; 2ª Fase -·Ratio Studiorum) e do período·pombalino.

No segundo capítulo.abordo uma· visão geral dó contexto social e da educação,analisando mais detidamente as propostas curriculares do ensino .primário (decreto imperial de 15/10/1827) e do·ensino secundário (reformas ocorridas no Colégio Pedro II - modelo oficial

No terceiro capitulo. analiso o período conhecido como ·Primeira República (1889-1930)
analisa às orientações curriculares do ensino primário'e secundário, de acordo com as .. Reformas: Benjamin Constant (l890).;. Reforma Epitácio Pessoa.(l901); Lei Orgânica Rivadávia Correia (1911): Reforma Carlos Maximiliano (1915): e Reforma João Luis Alves (1925).

No quarto capitulo. "Sociedade, educação e currículo de 1930 a 1964", abordo uma visão geral do contexto socioeconômlco-politico e as orientações curricula­res oficiais para o ensino secundário (Reforma Francisco Campos ­1931 - e Reforma Capanema - 1942); as orientações para o ensino primário (Reforma Capanema - 1946); o currículo a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - lei n. 4.024/61 - no ensi­no primário e secundário, com a análise dos documentos do Conse­lho Federal de Educação (CFE) que a regulamentaram.

O quinto capítulo. "Sociedade. educação e currículo no contexto da Ditadura Militar"
analisa a configuração do currículo oficial pós-Golpe Militar através das regulamentações da "LDB/61 e do currículo"a partir da lei n. 5.692/71.

Disciplina: Tendências Contemporâneas de Currículo

Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano

Alunas: Ângela Azevedo Morais
             Ana Carolina Carneiro Lopes

RESUMO 2

Disciplina: Tendências Contemporâneas em Currículo.

Sociedade, Educação e Currículo – 1930 a 1964. In: ZOTTI, Solange A. Sociedade, Educação e currículo no Brasil. Dos jesuítas aos anos 80. Campinas, SP, Autores Associados, 2004, pg 85 a 136. 

- Revolução de 30 – acomoda interesses dominantes com a implantação do capitalismo no Brasil; substituição do modelo econômico agrário-dependente por urbano industrial;
Fase de rompimento com a velha estrutura; Brasil agrário e Brasil da indústria emergente; 
- Revolução de 30 – suas causas básicas economia agrícola não dá a base para o desenvolvimento da população; necessidade de romper com a economia externa;  - Dessa forma, a ideologia política nacional desenvolvimentista inaugura a 2ª etapa do desenvolvimento industrial no Brasil (1930/1964). Assim, houve expansão da produção de bens de consumo nacional, e a necessidade de importar equipamentos para a produção de produtos para a elite; O estado passa a ser o principal centro da política econômica;






 A educação, perante o novo modelo, passa a ser vista à luz da relação entre desenvolvimento econômico e educacional; assim, torna-se necessário grupos maiores de pessoas tendo acesso a educação escolar; entretanto, ficou mantida a contradição entre os que detém e os que não detém o poder econômico;

-  Na prática – reforma (1931) – feita pelo ministro do recém formado ministério da educação e saúde pública;

- Três aspectos principais da discussão entre católicos e liberais: laicidade; escola pública obrigatória e gratuita e direito a igualdade; para os católicos Romanelli (1998), a “escola pública e gratuita promoveria o esvaziamento das escolas privadas e o acesso da escolarização as camadas (...)”; A igreja católica que era detentora do ensino médio, privilégio de elite, se viu ameaçada pela nova ordem burguesa;

- O movimento renovador influenciou a nova ordem econômica e política sem questionar a estrutura da sociedade capitalista que se firmaria;

- Para alinhar os interesses de liberais e católicos o governo decidiu retomar o ensino religioso como disciplina facultativa no currículo escolar, ausente desde a 1ª constituição da República; esse ensino era uma forma de poder e de controle da formação moral da juventude;

- O ensino religioso iria garantir o resgate de valores ligados a religião, à pátria e a família;

 - A Constituição de 1937 deixa explicita a dualidade entre trabalho intelectual e manual; sendo o 2º destinado às classes menos favorecidas; assim, a ênfase se dirigia ao ensino profissionalizante como uma forma de preparar o cidadão para o trabalho nas indústrias;

-  Constituição de 1946 – de caráter democratizante; trazia o principio da “educação para todos”; escola primária obrigatória, assistência aos estudantes e gratuidade do ensino oficial para todos ao nível primário;

- O grande marco dessa constituição foi a criação da 1ª LDBEN aprovada em 1961; antes disso o que vigorou foi a legislação de 1941/1946;

- A partir de 1955, com o governo JK a educação continuou a ser impulsionada pelas necessidades de desenvolvimento, aliados pela valorização do ensino profissionalizante, a mensagem eram: “educar para o trabalho”; o sistema de ensino continuou elitista e antidemocrático como sempre; a essa altura, ainda metade da população brasileira não tinha domínio sobre o processo de leitura e escrita;

- Entre 1961/64 houve um aumento de 5,93% nos investimentos destinados a educação; em 1962 esse índice foi reajustado para 12%; porém, o PNE foi extinto 14 dias depois do Golpe de 1964;

As Reformas do Ensino Secundário e Político
Reforma Francisco Campos

- Reforma que desencadeou uma série de Decretos que redirecionaram o ensino superior, o secundário e o ensino profissionalizante; porém, essa reforma não conseguiu efetivar a renovação cientifica da educação brasileira;

- A reforma do ensino secundário pretendia fazer com que este grau de ensino superasse o caráter propedêutico, e contemplasse a função educativa. No entanto, o que se obteve foi uma matriz curricular enciclopédica abrangendo finalidades ligadas a formação geral e especifica do homem;

- Dessa forma surgiu o currículo seriado, organizado em 2 ciclos: o ciclo fundamental (5 anos) e o complementar (2 anos); objetivava a preparação dos alunos para o ensino superior;

- Neste ultimo caso, o currículo organizado por áreas fomentava uma distribuição mais organizada das disciplinas humanísticas e cientificas; assim, houve a manutenção das disciplinas humanísticas e a introdução das disciplinas cientifica/modernas;

- A característica enciclopédica da matriz curricular e as avaliações rígidas mantiveram o padrão elitista do ensino secundário; já nessa época as disciplinas de sociologia e psicologia apareciam como matérias comuns aos três núcleos curriculares. A intenção era direcionar a formação uma cultura geral;

- Então, podemos concluir que, dessa reforma houve a continuidade das orientações históricas tradicionais: modelo curricular enciclopédico, cultura de base geral humanístico e de caráter elitista; paralelo ao ensino secundário encontrava-se o ensino técnico-profissional sem qualquer articulação entre eles;

- Dualidade: ensino secundário e ensino técnico-profissional comercial (priorizado pela reforma) e industrial (priorizado pelo discurso inovador), mas omitido na reforma Francisco Campos;

Reforma Capanema – Lei Orgânica de Ensino Secundário (1942)

- Reforma constituída de quatro decretos-leis que tinha como objetivo atender às reinvidicações de organização nacional do ensino; esta consolidou a dualidade no ensino médio – ensino secundário público para as elites e ensino profissionalizante para as classes populares;

- A Lei orgânica do Ensino Secundário (decreto Lei 4244-09/04/1942) é o ponto principal da Reforma Capanema; este documento trás de forma escancarada a idéias de um ensino secundário destinado à classe burguesa; Assim, a estrutura da sociedade de classes se reproduziria na educação;

- Para cumprir essas funções o ensino secundário foi articulado de maneira a formar nos adolescentes uma forte cultura geral; e assim, sob a ditadura do Estado Novo se reproduzia a dicotomia da estrutura de classes na educação;

- A estrutura do Ensino Secundário foi organizado nos moldes da Reforma Couto Ferraz (1984); ginásio (ciclo fundamental); Colegial (ciclo complementar); o primeiro foi reduzido em função da idéia de alcance a mais brasileiros;

- O curso colegiou apresentou duas modalidades: curso clássico e curso científico. O primeiro enfatizava o estudo das letras, e o segundo o estuda das ciências; ambos objetivavam preparar a elite para o curso superior;

- É interessante ressaltar que a geografia e história do Brasil ganharam status de disciplinas autônomas, procurando um estudo mais aprofundado da realidade do pais; fruto do pensamento nacionalista que então vigorava no pais;

- Segundo Xavier (1990), a reforma Capanema teve dois aspectos relevantes: a pretensão de formar a elite condutora do pais, então justifica-se o caráter nacionalista; a intensificação do sentido para o ensino de ciências – houve uma clareza no papel e na metodologia dessa modalidade de ensino.

Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano
Aluna: Patrícia Lisboa

RESUMO 3

Disciplina: Tendências Contemporâneas de Currículos
Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano
Aluna: Ângela Maria Azevedo Morais / Ana Carolina Carneiro Lopes


 

A CRISE DA MUDANÇA DOS CURRÍCULOS - Cap. I
GOODSON, Ivor
            Examinando uma série de casos propus um modelo de ondas de mudança em que um período mais aberto, inclusivo e democrático é muitas vezes seguido por um movimento contrário mais reacionário

            Um dos estudos de casos mais detalhados e completos da mudança no ensino em uma única instituição durante um período significativo de tempo é o estudo de Smith e seus colegas sobre a Escola Kensington (Smith et al. 1986, 1987, 1988)

             No começo de um estudo que iria se prolongar por um quarto de século, Smith, Prunty, Dwyer e Kleine predisseram com uma precisão extraordinária que essa escola inovadora, de plano aberto e ensino por equipe, com um processo decisório democrático e estudantes organizados em divisões e não por séries iria, no final, recuar para o mesmo nível das outras escolas do distrito. Esse retrocesso, disseram eles, seria resultado da pressão da comunidade das mudanças na administração dos escritórios centrais e das mudanças de pessoal em outros níveis escolares. Estudos de caso históricos e longitudinais desse tipo servem como um sério aviso para aqueles que podem ter a tendência de se tornarem otimistas demais sobre os esforços contemporâneos de mudanças no ensino quando são examinados apenas instantâneos dos primeiros estágios dessas mudanças (ex.: Lieberman, 1995, Wasley, 1994). O que é preciso agora é um conjunto de pesquisas históricas e longitudinais de mudanças escolares em uma variedade de locais, em que as trajetórias das mudanças e as condições em que são baseadas também variem.

            A grande virtude de examinar a teoria da mudança curricular e as iniciativas de mudança nesse momento é que isso nos permite examinar minuciosamente hoje em dia uma simples maneira de expressar esse paradoxo seria dizer que o atual modelo de posicionalidade  está tão invertido que nossa premissa normal de que as forças progressistas devem estar a favor da mudança precisa ser examinada seriamente. Como veremos, essa premissa é, no melhor dos casos, ingênua e, no pior deles, intencionalmente mal orientada.

            Em momentos difíceis, quando as forças globais estão estimulando a reestratificação e a rediferenciação, a mudança pode ter um lado muito pouco desejável. Com isso, os teóricos e defensores da mudança irá exercer seu efeito. Pois, se não levarem a cabo essa investigação poderia estar promovendo mudanças que tem efeitos sem diferentes daqueles que possam estar desejando.
A mudança, longe de ser progressista, poderia ter o efeito oposto.

            Atualmente, essa escolha do momento para as iniciativas de mudança é extremamente problemática devido as forças globais que já consideramos. É bem possível que, nos tempos atuais, as forças progressistas devessem estar a favor da mudança.
            No entanto, o pêndulo agora está oscilando na direção de uma preocupação crescente com as desvantagens sociais da desregulamentação do mercado.

RESUMO 4

Disciplina: Tendências Contemporâneas de Currículos

A crise Educacional Brasileira
Anísio S. Teixeira

            Para fazer a análise da crise educacional brasileira primeiramente temos que definir a educação como função normal da vida social e caracterizar os motivos pelos quais, além dessa educação, buscamos dar aos indivíduos educação formal e escolar.
            A situação escolar brasileira passa por diferentes momentos históricos, políticos, econômicos e sociais; tentando atender a sociedade e acompanhando o desenvolvimento do Brasil. A educação atualmente e suas instituições sofrem a pressão de forças populares e a população deseja mais educação escolar, melhor e mais eficiente.
            No século XVIII, a escola tinha por finalidade manter e desenvolver a cultura intelectual e artística da humanidade, preparando apenas um pequeno grupo de especialistas do saber e das profissões de base científica e técnica. Não havia preocupação com a formação do caráter do cidadão, não visava formar o trabalhador, mas formar o intelectual, o profissional das grandes profissões sacerdotais e liberais, o magistério superior, manter a cultura intelectual distinta da cultura geral do povo.
            Um dos resultados dessa vida intelectual foi a ciência, que veio revolucionar os métodos de trabalho e de vida do homem. Surge então a necessidade de uma nova escola para atender a sociedáde e tem o objetivo de preparar o homem comum para o trabalho, suficientemente técnico para exigir também treinamento escolar especial. A nova escola teve que utilizar a tradição e os métodos das antigas escolas; tendo, portanto, seu caráter Iivresco e intelectual.
            No final do século XIX, o mundo começa a rever e transformar essa situação percebendo que a formação do homem comum não podia obedecer aos mesmos métodos de formação de uma classe especial de intelectuais e estudiosos. A escola tradicional somente teria eficiência para um tipo de aluno a quem serviria: literários ou cientistas; tornando-se inútil para a maioria de seus alunos.
            A reforma dessa escola está acontecendo em todo mundo.   cada escola passa a procurar servir mais
diretamente aos seus fins, independente de preconceito social ou intelectual.
            As escolas passaram a ter dois objetivos: a formação geral e comum de todos os cidadãos e a formação dos quadros de trabalhadores especializados e de especialistas de toda espécie exigidos pela sociedade moderna.
            A escola não pode mais ser modelada nos antigos padrões acadêmicos, seus moldes passam a ser a própria vida em comunidade. A escola comum passa ser formadora de hábitos sociais e mentais, a escola especializada se habilita para a imensa variedade de trabalho e nela se encontra ainda a velha tradição acadêmica e escolástica.
            Estamos passando ao período correspondente a segunda metade do século XIX na Europa. A opinião pública está a exigir escolas para todos. Há certo orgulho nos aspectos quantitativos da educação e a pressão se faz tão intensa, que até a limitação de matrícula se torna difícil ou impossível.
            Porém o esforço de civilização da situação escolar brasileira constitui um esforço de transplantação das instituições e tradições européias. A tentativa de suprir as necessidades da realidade brasileira com a transplantação de padrões europeus acostumou-nos a viver em dois planos: o real, com suas particularidades e originalidades; e o oficial, com os seus reconhecimentos convencionais de padrões inexistentes.
            Enquanto fomos colônia, tal duplicidade seria natural. Mas a independência não nos curou, continuamos a ser uma nação de dupla personalidade. A lei e o governo não eram resultantes de situações concretas, mas algo mágico, capaz de transformar as coisas. Temos que sair de um estado de ficção institucional para o da realidade institucional.
            Durante anos nos submetemos a viver esses dois planos: real e o oficial e o fenômeno a registrar era sempre o mesmo: a escola, como instituição de cultura, não era realmente exigida e imposta pelo meio brasileiro, era transplantada, mas, logo depois, entrava a se deformar e a se reduzir às condições do ambiente e era vencida pela tendência de se deteriorar.
            Nada disso aconteceria se a educação fosse um processo de preparação real para a vida e de nada valeria burlá­Ia. Daí o crescimento desordenado e anárquico das escolas e a ameaça em que nos achamos de ver todo o sistema escolar brasileiro transformado em uma farsa e uma simulação.
            A crise educacional brasileira é, assim, um aspecto da crise de readaptação institucional. A escola transplantada sofreu deformações que a desfiguraram e a levam a assumir funções não previstas nas leis que a buscam disciplinar.

Momentos vividos pela educação:
-Educação escolar voluntária e destinada àqueles que dispunham a recebê-Ia.
-Escola mantida pela Igreja.
-Século XIX, Estado entra maciçamente a interferir na educação escolar, considerado necessário para a nova vida em comum, complexa e progressiva, da civilização industrial moderna.

-Continua a existir a educação de classe, divisão de classes que vem chocar com as aspirações democráticas, igualdade de oportunidades para todos.
-A fusão dos dois sistemas escolares veio realizando em todos os países.
-Houve revisão de métodos e programas, devido as escolas chamadas populares.
-Aluno terá as oportunidades que sua capacidade determinar.
- Ensino propedêutico. O que iria acontecer com quem não tivesse condição para ingressar ensino secundário e superior?
-Tal duplicidade e incongruência legislativa deu como resultdo afluxo dos alunos para escolas secundárias.
-Ensino secundário largada para iniciativa particular.
-A educação e as suas instituições se preocupam com passagem em exames.


-A nação não podia se limitar a esse tipo de ensino.
-A escola demonstra sua insatisfação e começa a lutar para melhorar e adaptar seus métodos as novas condições de tempo e da época.
-População deseja por mais educação escolar e a imposição das necessidades de local e de tempo para que essa educação seja melhor.
-Esboço de providências, tendo em vista meios e fins para a educação nacional:
            •  Descentralizar administrativamente o ensino;
            •  Mobilizar recursos financeiros para a educação;
            •  Estabelecer a continuidade do sistema educacional;
            •  Prolongar o período escolar ao mínimo de seis horas diárias;
            •  Alterar as condições de trabalho dos professores, novas remunerações;
            •  Eliminar todos os modelos e imposições oficiais que estão a produzir efeitos opostos aos previstos;
            •  Dois primeiros anos do curso secundário se faça como no ensino primário e com os melhores professores;
            •  Estabelecer exame de Estado de admissão para nível de escolarização;
            • Dividir curso superior regular em dois ciclos: o básico e o profissional;
           • Facultar no ensino superior a constituição de cursos variados de formação, em diferentes níveis, de técnicos e profissionais médios, prevendo possibilidade de poderem continuar os estudos e terminar os cursos regulares.

            Essas medidas seriam acompanhadas, por um vasto movimento de inquérito, onde objetivos seriam esclarecidos, deficiências reveladas, erros e os maus resultados corrigidos por renovação de métodos, aperfeiçoamento dos professores e melhoramento dos livros didáticos, materiais de ensino, laboratórios, prédios e tudo mais que completa o universo escolar.

Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano
Alunas: Ângela Azevedo Morais
             Ana Carolina Carneiro Lopes

RESENHAS

SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CURRÍCULO NO BRASIL – DOS JESUÍTAS AOS ANOS DE 19801 Azilde L. Andreotti2

LEITURAS COMPARTILHADAS

- Sociedade, Educação e Currículo no Brasil - Dos Jesuitas aos Anos de 1980.
ZOTTI, Solange Aparecida.

- A crise educacional brasileira
TEIXEIRA, Anísio S.

- A questão do currículo no Brasil e Portugal.
OLIVEIRA, Ruth da Cunha

- A crise da mudança dos currículos
GOODSON , Ivor

- Currículos e programas no Brasil Cap. I Em busca de um enfoque alternativo
MOREIRA, Antonio Flávio B

- Histórico social das mudanças educacionais.
GOODSON, Ivor

O que é currículo
COELHO, Ruy