domingo, 17 de abril de 2011

RESUMO 1

Sociedade, educação e currículo no Brasil dos jesuítas aos anos de 1980
 Por Solange Aparecida Zotti
INTRODUÇÃO

Currículos concebido como  simples elenco de disciplinas que comportam as grades curriculares ou planos de estudos dos diferentes cursos, até a definição de conteúdos para determinadas disciplinas,  abordando aspectos didáticos e metodológicos do currículo.

A teoria curricular pode ser analisada com base em dois grandes eixos: as concepções tradicionais ou conservadoras e as concepções críticas.

Concepções  que mostram posicionamentos filosóficos, isto é, a forma de cada educador ver e pensar o mundo, o homem, a sociedade, a educação, a escola, consciente ou inconscientemente, de forma intencional ou não-intencional.

O termo currículo foi usado pela primeira vez em 1963, em Oxford, para designar um plano estruturado de estudos.

No campo pedagógico, teve várias  definições ao longo do tempo.
-Tradicionalmente significou uma relação de matérias/disciplinas organizado numa seqüência lógica, , como um conjunto das matérias a serem ensinadas em cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma, que se questiona: que deve um currículo conter?: como organizar esses conteúdos?
- Mais tarde ,quando a escolarização se transforma  em atividade de massa, o conceito de currículo oficial , constitui se na prescrição  legal da organização das matérias /disciplinas a serem trabalhadas pela escola e demais orientações, tais como de conteúdos didáticos e avaliativos.
- Com as teorias progressivistas  o foco do currículo é deslocado do conteúdo para a forma, ou seja, a preocupação é centrada na organização das atividades, com base nas experiências, diferenças individuais e interesses da criança.se questionado ; como selecionar as experiências a serem oferecidas pela escola?: como organiza-las em função dos interesses e do desenvolvimento do estudante?”

Até então se privilegiava um planejamento rigoro­so. baseado em teorias cientificas do processo ensino-aprendizagem. ora numa visão psicologizante, ora numa visão empresarial.
No final da década de 1960 e na década de 1970,existe um rompimento com essas visões e inicia-se  nos Estados Unidos e na Inglater­ra, estudos no campo do currículo que inauguram a teoria crítica, ou seja, a negação das perspectivas behaviorista e empirista, rejeitan­do o caráter instrumental, apolítico e ateórico da teoria curricular

Os teóricos empenhados em denunciar o papel da escola e do currículo na reprodução da  estrutura social  e querendo construir uma escola e um currículo afinados com os interesses dos grupos oprimidos, surgem duas correntes :

-Sociologia do currículo com origem nos Estados Unidos(Michael Apple e Henry Giroux).
Analisa como a seleção, organização e distribuição do conhecimento não são ações neutras e desinteressadas, mas que atendem aos grupos que detém a poder econômico, que, por sua vez. viabilizam. pela imposição cultural formas de opressão e domina­ção dos grupos economicamente desfavorecidos.
-Nova Sociologia da Educação {NSE}.    origem na Inglaterra(Michael Young)- a NSE e a Sociologia do currículo procuraram mostrar como   o Currículo representado pelos conteúdos dos guias es­colares, dos programas de curso, do livro didático, das lições e ativi­dades desenvolvidas pelo professor em sala de aula. é perpassado por interesses de grupos, refletindo relações de poder na sociedade"

            A partir da década de 1990, a teoria curricular vem buscando com­preender como o conhecimento é produzido em ambientes institucionais, em práticas sociais, em (armações culturais e em contex­tos históricos específicos"

            Defendem os estudiosos que "o currículo constrói identidades e subjetividades, uma vez que junto com os conteúdos das discipli­nas escolares, se adquirem na escola percepções. disposições e va­lores que orientam comportamentos e estruturam as personalida­des"

O currículo vem sendo entendido como “artefato cultu­ral", à medida que traduz valores. pensamentos e perspectivas de uma determinada época ou sociedade.Assim os estudos sobre a cultura escolar, a cultura que a escola privilegia. as diferenças cul­turais dos grupos sociais e as relações entre esses elementos tem sido preocupações crescentes no campo curricular.

Segundo Sacristán, "o conceito de currículo é bastante ,elástico: poderia ser qualificado de im­preciso porque pode significar coisas distintas, segundo o enfoque que o desenvolva, mas a polissermia também indica:riqueza neste caso porque. estando em fase de elaboração conceitual oferece perspec­tivas diferentes sobre a realidade do ensino"  

Conhecer criticamente as propostas oficiais nos possibilita um papel mais ativo diante da relação currículo oficial/currículo real. pois só poderemos nos contrapor ao que é imposto se conhecermos o seu conteúdo, as razões das·esco­lhas feitas,as Implicações socioeconômicas e políticas presentes nas propostas.

o currículo oficial também é o orientador de outros·aspectos presentes no dia-a-dla da prática escolar. Além de orientar a organiza­ção das grades curriculares e dos planos de ensino de cada discipli­na, entra nas escolas através dós livros didáticos, que são instrumentos poderosos na legitimação dos currículos oficiais. Uma visão critica das diretrizes das políticas oficiais contribui para devida seleção e analise critica do livro didático.

Na análise do currículo oficial é preciso considerar as práticas políticas econômicas e,so­ciais. pois o currículo proposto é fruto das opções tomadas dentro dessas práticas.Isso é fundamental para que não sejamos meros consumidores de propostas ou normas, mas que possamos compreender os elementos determinantes das mesmas.

No primeiro capitulo.  enfoco a realidade socioeconômico-politica. a realidade educacional e as propostas curriculares oficiais. do período jesuítico (1a Fase - "tempos heróicos" -. com o Padre Manuel da N6brega; 2ª Fase -·Ratio Studiorum) e do período·pombalino.

No segundo capítulo.abordo uma· visão geral dó contexto social e da educação,analisando mais detidamente as propostas curriculares do ensino .primário (decreto imperial de 15/10/1827) e do·ensino secundário (reformas ocorridas no Colégio Pedro II - modelo oficial

No terceiro capitulo. analiso o período conhecido como ·Primeira República (1889-1930)
analisa às orientações curriculares do ensino primário'e secundário, de acordo com as .. Reformas: Benjamin Constant (l890).;. Reforma Epitácio Pessoa.(l901); Lei Orgânica Rivadávia Correia (1911): Reforma Carlos Maximiliano (1915): e Reforma João Luis Alves (1925).

No quarto capitulo. "Sociedade, educação e currículo de 1930 a 1964", abordo uma visão geral do contexto socioeconômlco-politico e as orientações curricula­res oficiais para o ensino secundário (Reforma Francisco Campos ­1931 - e Reforma Capanema - 1942); as orientações para o ensino primário (Reforma Capanema - 1946); o currículo a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - lei n. 4.024/61 - no ensi­no primário e secundário, com a análise dos documentos do Conse­lho Federal de Educação (CFE) que a regulamentaram.

O quinto capítulo. "Sociedade. educação e currículo no contexto da Ditadura Militar"
analisa a configuração do currículo oficial pós-Golpe Militar através das regulamentações da "LDB/61 e do currículo"a partir da lei n. 5.692/71.

Disciplina: Tendências Contemporâneas de Currículo

Profª Drª. Rita de Cássia M. T. Stano

Alunas: Ângela Azevedo Morais
             Ana Carolina Carneiro Lopes

Um comentário:

  1. Mais um resumo bem feito que certamente servirá de consulta a outras pessoas interessadas no assunto.

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